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Não ser amado na infância: 10 efeitos comuns em seu Eu adulto


Quando as necessidades emocionais de uma criança não são atendidas na infância, seu desenvolvimento e personalidade são moldados de formas específicas. Enquanto é verdade que a experiência da infância é diferente para cada um – uma criança pode ter uma mãe emocionalmente ausente, que não presta atenção nela, outra pode ter uma mãe que também ignora suas necessidades, mas por razões diferentes, enquanto uma terceira pode ser vista somente como uma extensão de uma mãe com muitos traços narcisistas - existem, no entanto, amplas e confiáveis considerações que podem ser feitas sobre os efeitos dessas experiências. Estas são inestimáveis para entender como a sua infância molda sua personalidade e seus comportamentos.


Alguns anos antes e desde que eu escrevi Mean Mothers, eu tenho a oportunidade de ouvir as histórias, de literalmente centenas de mulheres, que as compartilharam comigo. Elas revelaram temas comuns, por um lado, e únicas e individuais variações, por outro. Essas histórias, incluindo a minha, vêm ampliar e expandir as discussões oferecidas pela pesquisa psicológica.


Aqui, sem uma ordem particular, estão os efeitos mais comuns – e os que mais persistem – que essas experiências da infância têm nas crianças. Sua influência perpassa toda a vida adulta, algumas vezes até na sexta ou sétima década de vida, ao menos que sejam encaminhadas através da terapia e do autoconhecimento.


1 – Vínculo/Apego inseguro


Uma mãe amorosa e conectada cria uma criança que se sente compreendida e apoiada; ela aprende que as relações são estáveis e cuidadosas, que o mundo é um lugar de oportunidades a serem exploradas, que as pessoas cuidam de você. Ela tem uma base segura.


A criança de uma mãe emocionalmente não confiável – algumas vezes presente e outras não – entende que as relações são tensas e precárias, e que nada é garantido. Ela cresce com uma forma de apego inseguro, com fome de conexão, mas sempre “esperando o outro sapato cair”.


Uma criança com uma mãe que é contida e combativa aprende a formar uma armadura em si mesma, para ser tão autoconfiante quanto puder; ela é ‘evitadora’ em seu estilo de apego. Enquanto a criança com apego seguro procura por intimidade, a ‘evitadora’ não deseja isso; já a criança com apego ansioso procura por isso, mas não alcança, já que ela teme demais a rejeição.

Esses padrões de apego estão presentes na idade adulta e afetam as amizades e os relacionamentos românticos da mesma forma.



2 – Inteligência emocional não desenvolvida


Uma criança aprende sobre o que sente através da interação em díade (mãe-bebê); os gestos da mãe e as palavras ensinam ao bebê a se acalmar por si mesmo quando estiver estressado ou desconfortável. Posteriormente, a mãe terá um papel central em ajudar a criança a articular seus sentimentos, nomeá-los, e aprender a administrar seus medos e emoções negativas.


A criança com apego inseguro não aprende a regular suas emoções; ela é engolida por elas, e ao mesmo tempo não tem contato com elas. Ambos os estilos de apego inseguro atrapalham a identificação de emoções, assim como o uso delas para informar os pensamentos – aspectos chave da inteligência emocional.


3 – Dificuldade de autoestima


O rosto da mãe é o primeiro espelho no qual a criança olha a si mesma. O rosto de uma mãe amorosa e conectada reflete aceitação e comunica: “Você é você e está tudo bem ser como você é”. O rosto de uma mãe não amorosa reflete supostas falhas e inadequações; se a criança é evitada ou ignorada, ela absorve a lição de que não vale a pena estar com ela ou se ela é constantemente criticada, ela pensa que nunca será boa o bastante.


Algumas crianças não amadas vêem a si mesmas sem qualquer clareza, especialmente se elas foram ‘eleitas’ como bode expiatório da família.


4 – Falta de confiança


Para confiar nos outros, você precisa crer que o mundo é essencialmente um lugar seguro e que as pessoas são bem intencionadas, mesmo que às vezes imperfeitas. Com uma mãe não confiável emocionalmente ou uma mãe combativa e hipercrítica, a criança aprende que os relacionamentos são instáveis e perigosos, e a confiança é efêmera e não pode contar com isso. Crianças não amadas tem dificuldades em confiar em todas as relações, mas especialmente em relações de amizade.


5 – Dificuldades com limites


A mãe conectada ensina a seu bebê que existe um espaço saudável, um espaço pra respirar, mesmo em relações muito próximas; ela não invade o espaço do bebê, forçando a interagir quando não está pronto pra isso. Seu comportamento reflete a compreensão de que há uma área de sobreposição, mas que cada um na díade é inteiro em si mesmo.


A criança ‘evitadora’ vê toda sobreposição como próxima demais e invasora; ela prefere interagir em níveis mais superficiais para que sua independência nunca seja ameaçada. Isto tende a ser uma resposta tanto a mãe invasora como a não confiável. A criança ansiosa não entende o que seja o espaço saudável e erra com amigos ou parceiros, não respeitando ou rejeitando os limites colocados. Ela acredita erroneamente que se subordinar/sujeitar é um sinônimo para amar.


6 – Escolhendo amigos e parceiros tóxicos


Todos nós procuramos o que é familiar, o que é ótimo se você tem uma base segura, e definitivamente não é ótimo se você é uma criança não amada. As chances são grandes de que, ao menos inicialmente, você se sinta atraído por aqueles que o tratam como sua mãe o faz – uma zona de conforto familiar que não oferece conforto algum. Até que você reconheça as formas pelas quais você foi ferido na infância, são grandes as chances de recriar a atmosfera emocional em que você cresceu, nos seus relacionamentos adultos.


7 – Dominado pelo medo ou pelo fracasso


Ninguém gosta de fracassar, claro, mas uma criança com apego seguro é improvável que veja um revés ou uma falha como definição de seu valor ou como uma prova positiva de uma falha básica no seu caráter. Ela vai ficar machucada, mas poderá compreender sua falha como uma conseqüência de ter colocado a barra muito alta, lá no primeiro lugar (aceita que errou tentando acertar).


Esta não é, absolutamente, a verdade da criança não amada que levará cada rejeição ou falha como um sinal de que sua mãe estava certa sobre ela. Ela se mantém muito motivada a evitar falhar a qualquer custo, freqüentemente para o seu próprio dano; muitas crianças não amadas são, como resultado, aquelas pessoas que, cronicamente, não alcançam o que desejam.


8 – Sentimentos de isolamento


Porque a cultura, teimosamente, acredita que todas as mães são amorosas e que a maternidade é um instinto, as crianças não amadas acreditam, erroneamente, que são a única criança no planeta que se encontra nessa situação. Como resultado, ela se sente com medo e isolada, e comumente continua a se isolar porque sente profunda vergonha. Ela não contará a ninguém. Mais do que tudo, ela quer pertencer à tribo – daquelas meninas que abraçam suas mães e riem com elas.


9 – Sensibilidade extrema


O medo de ser rejeitada, freqüentemente, domina o mundo interno dessa criança porque ela tem medo de mais provas e evidências de que a mãe dela está certa e que ela realmente não tem valor e não pode ser amada. Sua sensibilidade é aumentada somente pela probabilidade de sua mãe e outros a acusarem de ser “muito sensível” – a “explicação” mais comum de abuso verbal oferecida pelos abusadores.



10 – Em conflito


O que chamo de conflito central – a necessidade continuada do apoio e amor da mãe versus seu crescente reconhecimento sobre como sua mãe a feriu – pode dominar a vida da criança pela vida adulta. Isso alimenta sua confusão, insegurança e tumulto interior.



O primeiro passo do longo caminho da cura é o reconhecimento.




Texto: Peg Streep / Tradução: Bia Muniz


Fonte: https://blogs.psychcentral.com/knotted/2017/03/unloved-in-childhood-10-common-effects-on-your-adult-self/



Compartilhado por Bia Muniz:

Atendimentos em Psicoterapia (criança, adolescente e adulto) e Psicologia Perinatal (casais, gestantes, puérperas, relação pais-bebê e primeira infância).

Formação como Psicóloga - Universidade Federal do Rio de Janeiro.Estudos em Orgonomia - CORE/Centre for Orgonomic Research and Education - UK.Coordenação de grupos de Gestantes (Vitória Pamplona e Aline Melo) - RJ.Ecologia do Parto e Nascimento (Michel Odent) - Primal Health Research Centre - RJ.Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social – Instituto de Psicologia/ Universidade Federal do Rio de Janeiro.



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