Amamentação e vínculo
- Beatriz Muniz
- 7 de mar. de 2017
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Hoje sabemos que a amamentação na primeira hora de vida é muito importante para a dupla mãe-bebê, mas principalmente para o bebê. Isto se deve, além dos fatores nutricionais e de defesa do organismo, ao contato íntimo com a mãe. Falemos então das necessidades básicas do bebê humano: alimento, vínculo afetivo, cuidado sensível e atento, o contato olho-no-olho, pele com pele...
E quando falamos em amamentação, alcançamos também as mulheres que, por razões diversas, não puderam amamentar. Estamos conscientes da importância desse ato, mas enfatizamos que o estabelecimento de um vínculo afetivo pode se dar de diversas maneiras, desde que haja disponibilidade afetiva da mãe, ou cuidador, para um contato íntimo e profundo.
A função materna é fundamental na vida do bebê humano, funciona como um organizador psíquico. Nascemos totalmente dependentes de cuidados e a qualidade destes é uma questão essencial para o bom desenvolvimento físico, mental e social. Nesse sentido, a alimentação, em termos psicológicos, es
tá intimamente relacionada à sobrevivência, à demanda de afeto, à demanda de amor, o que define seu papel importante no estabelecimento do vínculo afetivo e desenvolvimento futuro.
O vínculo estabelecido entre o bebê e seus cuidadores e os próprios cuidados experimentados no início da vida formam a base para a forma com que essa pessoa vai se relacionar com o mundo, como vai amar e ser amada, sua auto-estima, o respeito a si própria, a capacidade de formar e manter relações e ainda a atitude básica do indivíduo perante a vida.
Algumas pesquisas mostram ainda a relação entre comportamentos violentos, disfuncionais e certas patologias (depressão, obesidade, etc.) desenvolvidas em adultos que não estabeleceram vínculos afetivos satisfatórios no início da vida.
A saúde futura e a paz social, segundo Ludwig Janus (1997), são determinadas conforme as circunstâncias da socialização primária, ou seja, das primeiras relações da vida.
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